Sabem quando uma criança pequenina recebe um presente graande, que a deixa completamente maluca? Com um sorriso enorme, com os olhos a brilhar, com aqueles guinchinhos de alegria ?
Pois bem, foi assim que eu cheguei a casa agora ao final do dia.
O Gabriel e a Marta (falei deles aqui) vêm passar a Passagem de Ano a Aveiro. Infelizmente não houve maneira de eu poder passá-la com eles.
Eles vieram hoje, de comboio, de Lisboa, e chegaram por volta das 18h.
Eu tinha combinado com o Gabriel de ir ter com eles à Estação de Comboios a essa hora.
Bem, desde os meus 6/7 anos que tenho consciência que sou uma menina, e não um menino, como o meu corpo dita, mas não é isso que está em causa.
O que vou falar é de como tomei conhecimento de que pertencia ao mundo daTransexualidade, e de como me orientei a partir daí, pois como é óbvio, com 6/7 anos, eu não sabia que era uma pessoa Transexual. Eu era "simplesmente" uma menina presa num corpo de menino.
Bem, hoje de manhã tive uma consulta na Dentista, no Porto. Fui lá para ajustar o aparelho, fiquei uns tempos sem lá meter os pés e o que outrora foram progressos, já não o eram.
Enfim, depois da consulta, pedi à minha mãe para passarmos pelo Norte Shopping(1), para eu ver se encontrava um casaco que me agradasse (visto que recebi um dinheirinho extra agora no Natal), que fosse ligeiramente fino, e que não me fizesse sobressair os ombros. Queria um casaco que não fosse masculino (odeio), mas obviamente que também não podia ser feminino, teria de estar numa posição mais neutra.
Bem, que esta seja para todos uma época de amore alegria!
Que muitos consigam alcançar nestes dias a Paz que não conseguem alcançar durante o resto do ano, e que estes dias sejam para todos nós dias de descanso e reflexão.
Não se chateiem, deixem as birras para depois, façam as pazes com aqueles que magoaram outrora, e evitem ao máximo(por mais que vos custe) criar problemas, ou alimentá-los, engolindo certas coisas que vos custa engolir. :x
Beeem, hoje entrei de férias, estou contente!
Vou poder descansar, dormir mais um bocado, e aliviar do stress, embora ainda vá ter umas quantas preocupações.
O dia até nem correu mal.
Começou com muita gente a cumprimentar-me com um grande sorriso, depois de eu ter faltado ontem.
Fizemos a auto-avaliação a Educação Física, e tal como eu suspeitava, desci a nota devido à porcaria dos trabalhinhos de Natação.
Bem, hoje foi um dia como tantos outros ... feio e duro.
Mas só escrevo para relatar um episódio que se deu por volta do almoço, mas aproveitando, escrevo mais umas coisinhas.
Ora bem, eu até acordei bem disposta, e realmente pensava que o dia me ia correr bem.
Pois tudo começou a ir abaixo a partir da primeira aula da manhã: Filosofia.
Levantei-me cedo de propósito para ir tomar banho, como habitual, e deparei-me com um corpo horrível que não reconheço.
A minha cara está tão horrível, o meu corpo está tão grosso.
Well, well, well...
Hoje senti-me tão perseguida, tão encurralada!! O__O
Comecei o dia e passei a manhã nervosa por causa da apresentação que ia ter de fazer em frente à turma, a Inglês. Não é que eu tenha dificuldades em Inglês, pelo contrário. O facto é que não estava devidamente preparada (também não era assim tão difícil, vá!), e a vergonha bloqueava-me.
Bem, hoje, depois de ter saído das aulas às 13:20, fui directa ao Fórum(1) , onde a minha irmã(2) me esperava, para ir com ela a umas lojas de roupa, pois ela precisava de comprar umas botas e uma camisa.
Pois bem, demorámos praí 2 horas ou assim, de loja em loja, a ver se ela encontrava o que queria.
O que era suposto ser um momento de diversão e alegria para mim, tornou-se um tormento.
Ora bem, eu já tinha tocado no assunto antes, mas vou aproveitar agora para esclarecer.
Durante toda a minha vidinha insignificante fui tendo paixões por certos rapazes que enchiam os meus olhos, no dia-a-dia.
Quando entrei para o 7º ano, para uma escola nova, apaixonei-me por um rapaz 3 anos mais velho, o David. Com ele foi diferente... não foi uma simples paixão, daquelas que nos arrebatem e acabam por ir embora. Não! Por ele eu senti outra coisa. Dizem que o amor se constrói, e eu acredito imensamente nisso, mas o que é certo é que o que eu sentia por ele era mais do que uma paixão, era um amor platónico.
Nos últimos tempos só tenho postado com o intuito de me "queixar", de "reclamar", de "afogar" as minhas mágoas, as minhas tristezas, os meus sofrimentos.
Lamento, por ti e por mim, mas ainda não é agora que vou mudar isso.
Não tenho culpa se a vida não me tem dado muitas razões para sorrir, não tantas quantas as que me dá para chorar.
Tenho tentado encontrar um rumo para a minha vida, mas está difícil. Não encontro um caminho que possa seguir, e a cada passo as portas fecham-se para mim.
Não estou com muita paciência para escrever, mas farei um esforço.
O dia não me começou lá muito bem, mas nada que não se aguentasse.
De manhã, na aula de Educação Física, iniciámos a nova modalidade que vamos desenvolver nos próximos tempos: Ginástica Acrobática.
Bem, como é óbvio, tive de fazer a parte que cabe aos rapazes, servir de base para as meninas.
Nunca pensei que me fosse tão difícil! Foram momentos de pânico, para ser franca.
Ter de fazer todos aqueles esforços, aguentar com as raparigas em cima de mim e manter uma postura de rapaz... horrível!
Hoje de manhã, meia hora depois de ter acordado ou assim, bateram à porta do meu quarto.
Achei estranho e reagi logo de forma "O que é que querem agora?".
Quando abri a porta, deparei-me com a minha mãe, com uma gatinha bege, pequenina, enrolada no colo dela.
Encontrou-a a miar debaixo do nosso carro.
Demos-lhe banho e comida. Ela estava visivelmente fraca, talvez do tempo que passou na rua, sozinha. Deve ter por volta de 2 meses, não mais.
O meu pai nunca me deixou ter outr@ gatinh@, desde que a minha gata morreu, quando eu tinha por volta de 10/11 anos.
Ando sem paciência para nada, tudo me anda a correr mal, enfim.
Como se não me faltasse mais nada, apaixonei-me!
Sim, isso mesmo:apaixonei-me!
Com tudo o que tenho a ocupar-me a mente, ainda tinha de me apaixonar por um rapaz com o qual nunca poderei ter nada. Mas deste assunto, falarei mais tarde.
Nos últimos dias tenho andado a colocar a hipótese de arranjar um Part-Time para os fins-de-semana. A situação cá em casa está a piorar cada vez mais, e eu também preciso de juntar dinheiro, para não me tornar um peso, a nível financeiro, para os meus pais.
Sinto-me tão mal.
Não há forma de descrever o que a Dança representa para mim, o quão importante ela é na minha vida.
Ela está presente desde sempre, ela acompanhou o meu crescimento e desenvolvimento enquanto pessoa e enquanto mulher. Posso até dizer que a Dança é o meu único vício, a minha droga.
Há 1 anos atrás, estava eu nas minhas primeiras aulas de Hip Hop numa escola de dança profissional, onde eu estava pela primeira vez. Grande parte do ano anterior foi dedicado àquilo. Foram momentos alegres, outros nem por isso. Em certas alturas a frustração era tanta, a dor era tão profunda que eu só queria acabar com tudo.
Ter de dançar, ter de desempenhar um papel que não é o meu, era horrível! Até a dançar eu tinha de ser um rapaz, até porque no Hip Hop há essa distinção: o rapaz é o machão/mauzão, enquanto que a rapariga é sexy, provocadora.
Foi hoje a estreia oficial do vídeo da música recentemente lançada "Give It Up To Me", da Shakira com Lil Wayne, contando ainda com a colaboração do Timbaland.
A colaboração entre Timbaland e Shakira já estava planeada, mas este foi o momento mais apropriado para que esta acontecesse, visto que o Single "She Wolf" não estava a fazer tanto sucesso nos EUA, e por essa razão, foi preciso optar-se por uma onda que mais tivesse a ver com o espírito lá existente.
Há já duas ou três semanas, foi lançado o video do 2º Single do novo disco da Shakira.
Chama-se "Did It Again", e o video foi algo surpreendente, tanto para os fãs como para os ... huum... "não-fãs"?
Este vídeo está dividido em três cenários:
- a sauna, onde ela aparece junto de várias mulheres, todas vestidas de branco;
- a cama, onde ela tem uma espécie de luta sensual com um homem;
- e no final, uma espécie de templo.
Durante toda a minha infância me senti uma menina.
Não uma menina parvinha, demasiado ingénua. Não. Uma menina querida, mas capaz de seduzir um rapaz.
Já com os meus 6/7 anos, sabia como ser sensual o suficiente para provocar alguém do sexo oposto.
Durante muito tempo dei asas à imaginação.
Trancava-me na sala, punha música o mais alto que podia, e dançava no meu mundo, onde ninguém me julgava. Pelo contrário, admiravam-me por ser a menina, a mulher que eu era, e sou.
Passei anos assim. O mais engraçado era como ninguém imaginava o que aquela pequena criança era, na verdade. Pobres deles.
Em 2002, como 9 anos, vi pela primeira vez uma projecção daquilo que eu era como mulher. Nunca, até então, tinha encontrado uma mulher que representasse aquilo que eu sentia de mim mesma.
Hoje foi um dia daqueles...
Tentei de tudo para não ficar deprimida, e por alguns momentos consegui, mas noutros nem por isso.
- Porque é que sou tão feia? - Porque é que sou uma pessoa tão horrível?
Às vezes tento entender o porquê de tudo isto acontecer comigo, o porquê de eu ser assim tão... má!
Má em todos os aspectos em que a palavra pode ser actualizada. Pelo menos é isso que me dizem com frequência, e é isso que eu sinto também. Sou má em tudo.
Porque é que algumas pessoas me odeiam tanto? Porque é que essas pessoas me desejam tanto mal?
Sou diferente, sim... e então? Não sou vulgar, e orgulho-me disso!
Eu só quero viver em paz. Paz e harmonia com o mundo, e comigo mesma!
Cabelo, cabelo: Uma das maiores preocupações do mundo feminino.
Cada vez mais também uma preocupação masculina, tudo bem, mas sem comparação.
Convenhamos que um homem careca é algo completamente normal de se ver; já uma mulher...
O cabelo é, sem dúvida, uma das características que mais afirmam a sensualidade de uma mulher e, consequentemente, uma das características às quais damos mais valor. Qual é a mulher que se sente segura quando vê o seu cabelo cair?
Ora bem, ora bem...
Hoje tive uma consulta com a Drª Márcia (sexóloga que está encarregue do meu processo).
Depois de uns minutinhos de conversa, perguntei-lhe como é seria a nível de Tratamento Hormonal, quando é que eu poderia começar. E heis que recebo uma resposta muito positiva, bem mais do que o que eu estava à espera.
Como sou menor de idade, o tratamento está dependente da autorização dos meus pais, pelo que há que prepará-los para o que aí virá.
Segundo a Drª, que pretende iniciar o meu tratamento o mais depressa possível,
A flor que és, não a que dás, eu quero. Porque me negas o que te não peço. Tempo há para negares Depois de teres dado. Flor, sê-me flor! Se te colher avaro A mão da infausta esfinge, tu perere Sombra errarás absurda, Buscando o que não deste.
(Clicar na imagem para ampliar)
Foi-me dado a escolher, de entre quatro poemas, um a partir do qual tive de criar uma imagem, para um trabalho de Desenho A.
Deixo aos leitores a tarefa de tirar as suas próprias conclusões quanto ao poema que escolhi, e entender a razão pela qual escolhi este e o que ele e a imagem representam na minha vida.
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Bem, ultimamente tenho andado um pouco em baixo, com muita confusão na minha cabeça, e com muita coisa para estabelecer aqui dentro, e daí não ter postado nada nos últimos dias.
Ora, uma das coisas em que pensei uns dias foi na Perfeição. Não sei se é só de mim, ou se é comum a todas as pessoas transexuais como eu pensar desta forma.
Ainda não iniciei o tratamento hormonal, e há umas semanas tive uma recaída devido ao meu corpo.
Bem, hoje fui ao cinema ver um filme com o qual já andava a sonhar há algumas semanas: o FAMA.
Trata-se de um filme que representa o meu grande sonho desde pequenina, uma vertente da minha vida que não consigo, nem tenho ajuda, para libertar.
A Dança é e foi desde sempre a minha paixão, o meu tudo, o meu Eu. Não há palavras que expliquem aquilo que se sente se dança, é uma fusão entre o corpo e a mente, um mundo onde nada mais existe, e onde podes ser o que quiseres.
Não sou capaz de me ver dançar. Quando me vejo ao espelho, por mínimo que seja o movimento, dá-me um enorme desejo de me rasgar, de me mutilar, de me destruir.
Bem, este é o meu primeiro blog, não tenho experiência na área e portanto, é favor de não dar muita atenção a possíveis enganos ;)
Hmm... Criei este blog com vários objectivos: 1º - Para poder ajudar outras pessoas Trans, mais tarde, que poderão vir a precisar de orientação, e então têm aqui um testemunho de uma pessoa que neste momento está a passar pelo que elas irão passar mais tarde; 2º - Para me poder expressar, coisa que até agora só tenho conseguido fazer através da Dança, o Mundo em que me perco a cada instante; 3º - Para servir de "Diário", para mais tarde recordar e rir-me das babuseiras que aqui disse :P
E outros quantos que de momento não me recordo.
Aqui encontrarão pedacinhos de mim e da minha vida. Tristeza, frustração, amargura, alegria, paixão, ... são alguns dos sentimentos que por aqui passarão, de certo.
AAh, e claro... também irei aqui relatar determinados momentos da minha transição de género (MtoF - Male to Female).
Bem, por hoje é "tudo". Como tive um dia cansativo e agora ao cair da noite o sono espreita e o cansaço aperta, acabei por ficar muito (demasiado!) melancólica...
Portanto, aqui vai uma musiquinha (:
Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade.
Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora.
A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa.
Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!
