quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dança: Saudade e um Vazio no Coração

Sinto-me tão mal.
Não há forma de descrever o que a Dança representa para mim, o quão importante ela é na minha vida.
Ela está presente desde sempre, ela acompanhou o meu crescimento e desenvolvimento enquanto pessoa e enquanto mulher. Posso até dizer que a Dança é o meu único vício, a minha droga.

Há 1 anos atrás, estava eu nas minhas primeiras aulas de Hip Hop numa escola de dança profissional, onde eu estava pela primeira vez. Grande parte do ano anterior foi dedicado àquilo. Foram momentos alegres, outros nem por isso. Em certas alturas a frustração era tanta, a dor era tão profunda que eu só queria acabar com tudo.
Ter de dançar, ter de desempenhar um papel que não é o meu, era horrível! Até a dançar eu tinha de ser um rapaz, até porque no Hip Hop há essa distinção: o rapaz é o machão/mauzão, enquanto que a rapariga é sexy, provocadora.

Dava para imaginar eu a soltar o meu instinto ali, em frente àquelas pessoas todas? Um simples movimento de rabo podia-me denunciar. O medo era constante, e atormentava-me.

Agora, depois das férias e com o início do novo ano, queria ter voltado. Contudo, a situação financeira dos meus pais não me permitiu que entrasse de imediato. "No próximo mês entras, vais ver!", diz a minha mãe. Como eu sei que isso não vai acontecer!
O professor insistiu para que eu fosse, e disse que arranjaríamos solução para o problema financeiro, mas é impossível. Além disso, tenho de aproveitar todo o tempo para estudar. Preciso de conseguir a média para entrar em Arquitectura, no Porto.

Sinto falta, sinto muita falta! Queria tanto estar lá, queria tanto dançar.
Só espero que não me ouçam chorar, não estou com paciência para dar explicações.
Mais um ano parada, e o próximo será igual. Entretanto entro pra Faculdade, e é definitivo.
É um Adeus à Dança, que eu não queria e não quero dar.
Tanta coisa que queria aprender, e não aprendi, e não aprenderei.

É uma saudade profunda e um vazio que se apodera do meu coração, a cada instante.

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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