sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Contei ao António - III

Bem, já faz quase 1 mês que lhe contei.
Depois disso, chegámos a trocar mais algumas palavras sobre o assunto, comentando a reportagem que deu na TVI, "Metamorphose", a qual ele viu.

Eu cheguei a dizer-lhe que queria falar com ele sobre o assunto, mas pessoalmente. Disse-lhe também que estava constantemente a tentar arranjar um momento indicado, mas que não conseguia porque ora estava sempre gente perto de nós, ou porque ele estava com a Jessica, ou porque simplesmente eu não estava bem e perdia a coragem.
Pedi-lhe que tentasse puxar por mim, que tentasse arranjar uma altura para falarmos.
Fiz isto tudo por MSN, no dia da reportagem.


As semanas passaram, a nossa relação foi uma treta, nunca mais tocou no assunto e eu fiquei completamente frustrada por saber que lhe tinha pedido e que ele nada tinha feito. Senti-me um pouco revoltada por isso.


Então hoje, na aula de Desenho, aproveitei que estávamos sozinhos, eu numa mesa e ele na mesa da frente virado para trás a brincar com os meus pincéis, e toquei no assunto, muito calmamente:

Eu: Tó... tens pensado no assunto desde a última vez que falámos?
António: Qual assunto?
Eu: Aquilo que eu te contei... voltaste a pensar nisso depois da última vez que falámos?
António: (pausa) Eu tenho tentado não pensar nisso ... para não mudar a imagem que tenho de ti. É que... é muito recente, percebes?

Fiquei muito em baixo, muito triste.
Por um lado quero ser compreensiva e entender que se calhar ele precisa de mais tempo, que se calhar isto foi muito repentino para ele; por outro lado fico triste por saber que ele está a recusar conhecer-me de verdade, fico triste porque queria falar com ele e queria que ele acreditasse em mim e ficasse do meu lado.

Muito sinceramente, estou completamente desanimada. Se por um lado tenho uma vontade enorme de o abraçar (e quero que esse abraço seja especial e sentido, não quero que seja banal), por outro lado quero-me afastar dele, quero desistir de uma vez e deixá-lo de lado porque tenho medo que isto não dê em nada.

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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