quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Actualização/Desabafo + Contei ao António V

Vou desistir. Não adianta... Não vou conseguir nada.
Não tenho mais força para lutar por nada, nem por mim, nem pelo António.

Dependendo de como me sentir, amanhã vou pedir ao António para falar com ele a sós. Vou-lhe dizer algumas das coisas que me vão na alma, vou-lhe dizer o quanto sofro com tudo isto, e vou definitivamente pedir-lhe que esqueça tudo o que lhe contei, que esqueça tudo e que se afaste de mim. Vou-lhe pedir que aja como se não me conhecesse, e vou dizer-lhe que vou tentar fazer o mesmo.


É claro que não é isto que eu quero, é tudo o que eu menos quero, mas é o que vou fazer. Com isto, das duas uma: ou ele vai mudar de atitude e passar a fazer um esforço por mim, ou então vai atender ao meu pedido. E por mais que me custe, e acreditem que vai custar muito muito mesmo, hei-de esquecer o impacto que ele teve na minha vida.

Lembram-se de eu ter pedido à Cátia para falar com ele? Ela tinha dito que iria falar, e que tinha entendido qual era o objectivo.
Hoje, no autocarro, ela disse-me que afinal não ia falar, que eu é que tenho de resolver isto, e ainda me disse que "O António está muito bem com a Jessica".
Não sei a que propósito ela me disse isto, até porque não tenho qualquer esperança com ele. A única coisa que eu queria neste momento era que ele me entendesse, acreditasse em mim, e ficasse do meu lado, como ele me fez acreditar que seria.

Só sei que mal ela saiu do autocarro, rebentou-se-me tudo. Desatei a chorar ali mesmo, foi demasiado duro ouvir aquilo. É demasiado duro pensar que tenho de esquecer, que tenho de esquecê-lo.



Vou-me afastar do António, não dá. Vou-me afastar da Cátia, ela foi cruel e demonstrou não entender aquilo que eu sinto, é o que faz ter a vida demasiado facilitada. Vou-me afastar de todos, vou isolar-me e dedicar-me a mim mesma, vou focar aquilo que realmente importa: escola e transição. Ponto.

(é nestes momentos que eu dava tudo para ser uma pessoa fria e insensível)

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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