quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"Parlamento desconhece transexuais", JN 28/10/10


O único cirurgião a operar transexuais no Serviço Nacional de Saúde, João Décio Ferreira, apontou ontem, quarta-feira, um enorme desconhecimento do Parlamento sobre a mudança de sexo, no segundo dia de audições da comissão responsável pela lei da identidade de género.


"Os deputados usam questões sem nexo, quando falam de transexualidade, e, de divergências a exigências, não têm noção do desconhecimento sobre a matéria", disse, ao JN, João Décio Ferreira, médico do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que há anos se dedica às cirurgias transformativas de quem apresenta disforia do género.

Após a audição pelo grupo de trabalho parlamentar que funde as propostas do Governo e do Bloco de Esquerda, aprovadas na Assembleia da República a 1 de Outubro, e que darão origem à lei da identidade de género, o único cirurgião a realizar este tipo de intervenção no Serviço Nacional de Saúde frisou que os "legisladores devem apenas tornar rápida a mudança do nome e sexo na documentação".

"Deixem para a medicina o que é da medicina. Espanta-me falarem na irreversibilidade da cirurgia. Esta é sempre irreversível", adiantou. "Confessam (deputados) o "medo" que em Portugal haja casos como na América, noticiados pela imprensa sensacionalista, de homens que engravidaram. Isto não tem fundamento, nem as notícias, nem deputados que acreditam nesse sensacionalismo", acrescentou o cirurgião.

Para o médico, a proposta do Governo é mais acertiva do que a do Bloco. Porém, a primeira, ao permitir que um relatório clínico elaborado no estrangeiro seja o bastante para alterar o assento de nascimento no Registo Civil, pode levar os transexuais a não atravessarem pelas necessárias consultas de especialidade em Portugal.

A comissão presidida pelo deputado independente do PS Miguel Vale de Almeida conclui hoje, quinta-feira, as audições, com a presença da equipa de psicólogos de sexologia clínica do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, e de investigadores sobre a realidade do transgenderismo português, além do colectivo "queer" Panteras Rosa, que defende a despatologização da transexualidade e a sua retirada dos manuais clínicos de doenças mentais.


Link da notícia: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1696699
       

0 comentários:

Enviar um comentário

 

Autora

A minha foto
Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

Translator

I'm so sorry if this translator is stupid and makes non-sense sentences, but it's the best I have to offer.

Visitas

Desde 09/10/09


Seguidores