domingo, 20 de março de 2011

Escola - Situação actual (Março de 2011) - parte 1

Ora, depois de tanta ausência, venho por-vos a par do que se passa.

Em Área de Projecto estamos divididos em grupos, onde realizamos um projecto definido dentro de cada grupo.
Eu estava com a Cátia e a Joana. Contudo, a Joana teve uma atitude lastimável e resolveu culpar-me disto e daquilo, resolveu disparatar a toda a força, sem sequer me ouvir (sendo que eu sei perfeitamente que ela não tinha razão no que dizia). Como eu já não estava propriamente bem e não me apetecia discutir muito mais, depois daquela agressão toda, saí do grupo. Claro que a Joana não deixou de achar que tinha razão e, veja-se, deixou de me falar. A Cátia, que só provou ser uma miúda mimada, foi atrás da amiga e deixou de me falar também (quando, noutras alturas, a Joana lhe virou as costas e eu não).


Com isto, fiquei sozinha em Área de Projecto, e pensei: "bem, estou livre para fazer o que me apetece!", e comecei a escrever uma "pequena história" que mostrasse o outro lado da transexualidade, aquele que as pessoas em geral não conhecem. Queria, de forma simples, mostrar aquilo que uma pessoa transexual sente, as várias situações porque passa, dando a minha experiência pessoal como exemplo.
Contudo, a "pequena história" passou a ser um relato mais desenvolvido, maior do que eu estava à espera. Isto de dar pormenores aumenta bastante o conteúdo!
Mas o meu professor disse que gostava da ideia, e quando leu disse que estava muito interessante, que queria que eu fosse para a frente. E disse até que queria que eu depois fosse falar com uma editora, para lançar o livro.
Não pensei nisso, ora pois, um livrito daqueles, vindo de uma pessoa tão amadora como eu.
Mas logo verei, se ficar algo decente.


Outra coisa: durante algum tempo, vi-me abandonada por toda a gente, vi-me sozinha. Até a Jessica, que fez aquela grande asneira comigo, deixou de me falar. Disse-me ela que "depois daquela coisa com o António, a nossa relação tinha ficado tremida.", e que agora, "com esta coisa com a Joana e a Cátia", ela tinha ficado sei-la-o-quê. Ganda lata! Ela fez a porcaria, e eu acabei por dar o braço a torcer, e eu é que sou a má da fita?!

Enfim. Dessa situação toda, ganhei força para me afirmar. Mudei de atitude, comecei a ir para a escola mais confiante, com um sorriso e um brilho nos olhos diferente, uma boa-disposição novíssima em folha, enfim. Tudo aquilo que pudesse servir para dar uma chapadinha de luva branca nessa gente.
E resolvi não dar o braço a torcer com a Joana e a Cátia, pelo simples facto de não ser a 1ª vez que uma se vira contra mim e a outra fica do seu lado. Estou farta de ser a parvinha, a única que tem defeitos e faz asneiras. Pois bem, não precisam de mim, também não preciso de vocês.


Resultado? Estou muito bem sem elas, e elas já me dirigiram a palavra 1 ou 2 vezes, mas nem dei grande importância. Estou bem como estou, descobri que não preciso delas para nada. Mesmo sendo elas das únicas pessoas que sabem da situação. Agora dou-me com gente que não sabe, mas pelo menos tratam-me bem. Sei que não são amigos para a vida, mas são bons amigos para agora.

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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