Sinto-me a sufocar pelo dia-a-dia, sinto-me a sufocar por tudo o que me rodeia.
Sinto-me a sufocar pelas pessoas que teimam em tratar-me no masculino.
Tento lutar contra tudo e todos, tento lutar contra o tempo, tento lutar contra o meu corpo.
Tento enfrentar a sociedade, tento enfrentar-me a mim mesma.
O meu pai, desde que soube do que se passava comigo, parece que começou a tratar-me cada vez mais por "menino". É a única coisa que ele me chama.
Chego a casa, cumprimento-o, e só recebo um "Olá menino" de volta.
Não é paranóia, isto simplesmente não era assim.
O que quer que oiça em relação a mim, tem de incluir o meu nome masculino. Basta a minha irmã mais velha atender o telemóvel, e ouço do outro lado a minha mãe chamar-me pelo meu falso nome.
Não consigo lutar contra esta frustração.
Se já na escola é tão difícil suportar, porque é que as pessoas não fazem um esforço cá em casa?
São meus pais, bolas!! Custa muito tentar facilitar-me a vida e evitar este desconforto?
São 4 cá em casa, para além de mim; eu sou só uma.
Parece impossível eu conseguir aguentar isto tudo sozinha. Porra!
Depois, é o peso das hormonas, é o peso da idade.
Não que tenha os meus 40 anos, não tenho; tenho 16 (17 no próximo Sábado).
Sinto o meu corpo cada vez mais masculino, e isso dá cabo de mim.
Vejo-me livre da barba de manhã, e ao final do dia já sinto a sua presença. No dia seguinte está de volta com toda a sua força.
Não consigo deixar que me olhem para a cara, sinto-me um monstro.
Não consigo ver um futuro, é incrível. Vejo tudo a fechar-se.
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Não consegui terminar de escrever o que me ia na mente...
Etiquetas:
Desabafos/Depressão,
Família
domingo, 30 de maio de 2010
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