quarta-feira, 14 de abril de 2010

Considerações

Boa noite, meus queridos e minhas queridas visitantes!

Nos últimos tempos tenho tido bastantes recaídas, ando muito instável. A grande causa é, sem dúvida, o desenvolvimento corporal que se tem dado nos últimos tempos (okay, estou quase a fazer 17 anos, estou numa altura crítica da puberdade).
Os ombros, são sem dúvida o grande ponto, são o que mais me incomoda. Infelizmente não há mais nada a fazer quanto a isso, para além de me conformar, que é aquilo que muita gente é obrigada a fazer. O pior é que não consigo de forma alguma acostumar-me com a ideia, é horrível. Provavelmente melhora com o tempo, assim espero.

Depois, é a demora do processo.
Já em Outubro/Novembro a Drª falava em iniciar o tratamento hormonal, que supostamente seria em Janeiro. Mas não, em Janeiro falou ela com os meus pais.
Disse então que ia fazer os possíveis para iniciar em Fevereiro. Nada.
Disse depois que até à próxima consulta (dia 22 de Abril, próxima semana portanto)  eu COM CERTEZA já teria tido consulta de Endocrinologia.
Wow, onde está ela?
Pelo que sei, ainda nem está marcada. Vamos ver o que a Drª me tem a dizer na próxima semana.


Depois, é a porra desta paixão incontrolável pelo Pedro. É inacreditável como consigo ser tão ingénua, e parva mesmo!
A sério.
Já vos disse que a esperança que tenho em relação a ele é derivada da ilusão de ter nascido já fisicamente mulher, certo?
Pronto. O problema é que não consigo ser indiferente, não consigo. Ele mexe comigo, mexe muito.
Imagino o que seria neste momento, se não tivesse nascido assim. Se eu tivesse nascido já com corpo de menina, nada seria como é.
Eu sei bem o que faria, sem bem como faria, para o conquistar, talvez para o ter na minha mão, que é o que ele faz com os outros.
Ele é muito bonito, e muito inteligente. Claro que a beleza exterior dele me capta a atenção, é óbvio. Sinto-me atraída, mesmo. Mas o que me deixa ainda mais colada a ele é aquele ar misterioso dele, é a inteligência, é o sentido de humor incrível que ele tem.

Infelizmente não posso nem tentar uma aproximação. Amaldiçoo o dia em que nasci assim.

Ainda para piorar a situação, e para me deixar completamente fula da vida, há uma rapariga da turma que se tornou amiga dele desde o ano passado, e que se atira DESCARADAMENTE a ele. Mesmo tendo namorado, ela cola-se, e bem colada, e não o deixa nem respirar. Para onde ele vai, ela vai também. Não se largam.
O meu receio é que eles se envolvam, era desesperadamente mau para mim.
Ainda hoje, saíram da escola completamente juntinhos às 13h30.
Agora, ao final da tarde, na reunião de entrega das notas, quando chego à sala, o que vejo?
Eles completamente juntinhos e inseparáveis.
Senti-me traída, senti-me arrasada.
Ele não me deve nada, como é óbvio. Nem tem culpa daquilo que eu sinto, tanto ele como ela, mas este ódio que se desenvolve dentro de mim, esta frustração, é inevitável.
Quero esquecê-lo.


Tenho de me abstrair das questões futuras, e dedicar-me àquilo que tenho para fazer agora.
Quero concentrar-me em duas coisas: a escola e a transição. São as minhas prioridades.

Fico apenas triste por tanta coisa boa ficar para trás. Tenho pena de ter de deixar o Pedro para trás.

Enfim, deixo-vos aqui uma música e um vídeo que me agradou desde o primeiro dia em que (ou)vi.
By the way, gosto do cabelo dela. Talvez um dia faça algo parecido, mas mais comprido :P


2 comentários:

Pangéia on 15 de abril de 2010 às 02:56 disse...

Gostei do vídeo. Brincadeira o que são os efeitos especiais, quando ela mergulha, parece que seus cabelos ficam ruivos (eu sou ruivo, porém escurecido por esse Sol tropical do Brasil; agora meus cabelos já estão castanhos). Impressionante! Meus cabelos estão quase do tamanho dessa mulher do vídeo - estou com obras de reforma em minha casa, não deu tempo de ir ao barbeiro aparar os ditos cujos ainda; já tem amigos me enchendo o saco, dizendo que estou fazendo concorrência pra minha mãe, ou pra minha irmã; aff!, nada a ver! (Mas que soa engraçado, soa!)

Andreia on 28 de abril de 2010 às 17:21 disse...

Eu ia jurar que já tinha respondido a este seu comentário, Pangéia, mas de um momento para o outro, apareceu novamente na caixa de entrada para eu aceitar O.o

Enfim (:

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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