terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pedro - Actualização

Buenas noches!

Escrevo só para falar de umas pequenas coisas que têm vindo a acontecer.

Ora bem, vocês sabem que estou a tentar tirar o Pedro da cabeça, certo?
Estou-me a esforçar, a sério que estou, mas está difícil.

Ele ultimamente anda em baixo, o que é muito estranho.
Algo de mau se passa na vida dele, já encarreguei a Cátia de descobrir o que é.
Nos últimos tempos já não se tem dado com as amiguinhas, pelo contrário, tem andado sempre sozinho, no canto dele, deprimido, mas por opção dele.

Ainda hoje, à hora de almoço, quando eu ia com a Ísis para entrar no Pingo Doce, não é que vem ele a sair, completamente sozinho? :/



Fiquei triste por o ver assim, ao abandono, mas não posso mostrar interesse, é certo. Seguimos, fomos comprar o que tínhamos a comprar.

Quando saímos, fomos à procura de um banco para nos sentarmos. Porra, lá estava ele, sozinho, sentado num banco a comer.

Durante uns segundos tive de me controlar, senão tinha ido para junto dele.
Seguimos então em frente, como se não o tivéssemos visto, e fomos sentar-nos noutro lado.


Após a hora de almoço, tivemos a "bendita" aula de Geometria ("bendita" como quem diz, porque na verdade dá muito sono).
O nosso professor de Geometria já deve ter por volta de uns 50/60 anos, é alto e tem um ar e jeito que intimidam bastante, e foi uma pessoa que desde o início impôs respeito.
Toda a turma tem uma grande consideração por ele, e quando diz respeito a conselhos ou a ensinamentos da vida, todos dão a máxima atenção às suas sábias palavras.

Ele estabeleceu desde o início uma relação forte com o Pedro, davam-se muito bem. Aliás, pode-se dizer que o Pedro era dos seus alunos preferidos (embora o professor não fizesse distinção).
O Pedro segue-o e ouve-o como se fosse um pai.
A sério, basta ver a forma como ele o observa e a atenção que presta quando o professor fala.

Pois hoje o Pedro esqueceu-se do material, e ao que parece, não foi a primeira vez.
O professor resolveu então usar das suas palavras para chamar o Pedro à razão, mas o facto é que exagerou, bastante!
Falou-lhe de tudo e mais alguma coisa, falou-lhe da sua falta de empenho, falou-lhe da amizade que tinha com ele, falou de muita coisa. Falou, mas falou de uma forma um bocado bruta, de tal modo que o ambiente lá dentro não foi dos melhores.
Um silêncio de cortar à faca enquanto o professor falava para o Pedro, intensamente.

Eu, virada para trás (sou da fila da frente), assistia a tudo, com um aperto no coração ao ver a expressão de aflição do Pedro. Mesmo, à medida que o professor ia falando, ele ia ficando mais aflito, mais derrotado.
Depois de uns 5 minutos ou mais dessa tal conversa, o Pedro estava de tal maneira vulnerável, sensível, que consegui notar lágrimas nos seus olhos. Pouquíssimo faltou para ele chorar ali, e o mesmo para mim.

Vê-lo assim deixou-me completamente de rastos. Acho que mais aflita estava eu, por querer ajudar e não poder, por não querer vê-lo assim, mal. As lágrimas vieram-me mesmo aos olhos, e tive de me controlar e virar a cara para não chorar também.

Quando o professor finalmente parou e voltou costas, ele endireitou-se, apoiou-se sobre a mesa, completamente derrotado, e a determinado momento levantou a cabeça, deve ter reparado que eu estava a olhar para ele.
Ele olhou para mim, ambos com lágrimas nos olhos a tentar aguentar, mas logo que me viu, baixou a cabeça.

Ele não queria mostrar que estava sensível, mas não foi difícil perceber.


Com todas estas coisas, como é que é possível eu conseguir esquecer?
Não consigo simplesmente ficar indiferente ao sofrimento dele. Não consigo simplesmente virar costas e fazer de conta que está tudo bem.
Ai alguém me acuda!!


Bem, tudo de bom para vocês, querid@s! :/

PS: Estou a tentar encontrar o momento e a sensibilidade (minha e dele) certos para ir falar com ele e oferecer a minha ajuda. Não sei se faço bem, pelo menos ele fica a saber que sou boa pessoa, que me preocupo com ele, e que apesar daquilo que ele me faz passar, eu quero-lhe bem. Pode ser que faça bem a ambos.

3 comentários:

Isabel disse...

Tem calma.. tem cuidado que ainda te podes magoar ;)

Pangéia on 7 de março de 2010 às 00:18 disse...

Vai falar com ele, ué, ofereça seu apoio pro que der e vier! Talvez ele esteja fazendo tempestade em copo d'água ... Ou talvez não! Só conversando com ele que você vai descobrir. Além do mais, só a conversa vai livrar-te dessa ansiedade ...

Andreia on 10 de março de 2010 às 18:47 disse...

Nem vale a pena, perdi as esperanças já.

Ele tanto está bem como está mal, e eu é que sou burra.
Como posso pensar em fazer alguma coisa? Como posso sequer pôr a hipótese dele me dar um pouco de atenção?
Sou burra, muito burra!!

Ser uma rapariga adolescente é um pouco idiota... pensamos de uma forma tão ingénua, meldels!

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Sou uma Rapariga Transexual, de 17 anos, numa luta pela sua identidade. Sou sensível, afectuosa, desprotegida, mas lutadora. A minha vida é feita de sonhos e esperanças, mas quero acreditar que um dia vou poder viver como qualquer outra pessoa. Quero acreditar que daqui por pouco tempo serei capaz de ME ser, por inteiro!

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